MÚSICA E MEIO AMBIENTE

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sábado, 27 de outubro de 2012

A música regional e a potencialização do turismo no Estado do Amapá

                                                                                    
             Antes dos Beatles, Liverpool era apenas uma cinzenta cidade portuária ao noroeste da Inglaterra. Seu fluxo turístico era pouco significativo. Hoje, milhares de pessoas de todos os continentes visitam a terra natal de John, Paul, George e Ringo, ávidos em conhecerem os lugares eternizados por eles em suas canções.

O Rio de Janeiro passou a ser divulgado para o Brasil e o mundo através da “Bossa Nova”. Copacabana, Ipanema, Leblon e o Cristo Redentor se transformaram em destinos imperdíveis para os visitantes da “Cidade Maravilhosa”, exaltada pelas vozes de Tom Jobim, João Gilberto e outros nomes importantes daquele movimento musical.

            A Amazônia, com sua imensa floresta e rica biodiversidade recebe poucos turistas. A divulgação de sua exuberante beleza não vai muito além dos livros de Geografia. Nossos costumes, tradições, linguagem e gastronomia tão peculiares, quanto interessantes, não constam nos materiais didáticos manuseados pelos estudantes em todo o planeta.

 O Estado do Amapá, por sua vez, possui 70% de áreas protegidas em seu território, sendo considerado o mais bem preservado do país. Sua capital, Macapá, banhada pelo rio Amazonas e cortada pela linha do Equador, abriga a Fortaleza de São José, eleita em pesquisa nacional realizada pela revista Caras, uma das sete maravilhas do Brasil. Tais atributos são potencialmente atrativos para a prática do turismo, especialmente, a visitação, permitida em algumas unidades de conservação (UC), com destaque para os Parques Nacionais, Montanhas do Tumucumaque por sua dimensão e beleza, e Cabo Orange pela diversidade de ecossistemas. Apesar de tudo isto, raros visitantes se aventuram pelos recantos amapaenses.

As pessoas sentem-se motivadas a conhecerem determinado lugar quando são sensibilizadas por alguma razão a fazê-lo. A música é um maravilhoso veículo para a divulgação do Amapá para o Brasil e o mundo. Nossas belas canções podem atrair muitos viajantes à procura de novos destinos. Para exemplificar, em julho de 2011 toquei e cantei para um grupo de pessoas em Santarém – Pará, a música de minha autoria denominada Canção pra Macapá (letra e link abaixo) e o efeito foi instantâneo: Muitos ali declararam que eu acabara de lhes despertar o desejo de conhecer nossa cidade querida. 

A música popular amapaense é um fator de identidade regional. Nosso estado é um grande “celeiro” de talentos musicais. Os ritmos, como marabaixo e batuque são envolventes. Distinguem-se dos modismos efêmeros impostos pela mídia. Traduzem o sentimento e o calor humano do caboclo amazônida, simbolizando suas origens e modo de vida ímpar.

 As riquezas ambientais e musicais do Amapá podem interagir e se potencializar, atuando em favor de um marketing indispensável para a divulgação dos cenários turísticos do estado. Em junho de 2008 houve o lançamento do CD Santuário: Unidades de Conservação em Som, um projeto do Instituto Equinócio de Pesquisa e Turismo - IEPTUR, viabilizado pelo apoio dos Ministérios Públicos Estadual e Federal. Uma coletânea de músicas elaboradas por compositores locais, especificamente para as principais UC do Estado, enaltecendo suas paisagens naturais e projetos relevantes, a exemplo do Quelônios da Amazônia - Q.AMA, desenvolvido com sucesso na Reserva Biológica do Parazinho (arquipélago do Bailique/AP) o qual tive o prazer de exaltar no referido CD através da canção intitulada Parazinho (letra e link abaixo).

 Iniciativas assim, demonstram que a união do poder público com outros segmentos da sociedade em prol do fortalecimento do turismo é fundamental e deve perpassar, necessariamente, pela valorização efetiva da música regional.

 Sem nenhuma pretensão de querer comparar a Avenida FAB à Abbey Road (Londres), ou a praia de Fazendinha à Copacabana, podemos sim, através de nossa música, atrair visitantes e potencializar o turismo amapaense, cantando para o mundo nossas belezas naturais e o “jeito de ser do povo daqui”.

3 comentários:

  1. Penso que esse texto poderia fomentar, pelo menos, um debate sobre a possibilidade ou não de despertarmos o interesse das pessoas em conhecer as belezas do Amapá. Miguel jr

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  2. legal o texto, pois estou iniciando o projeto de monografia e este último paragrafo diz o que quero mostrar. através da música local (NATAL), PODEMOS DIVULGAR A LOCALIDADE E SUAS BELEZAS

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  3. gostei do blog esse blog e muito interesante

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